quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Cidade adota família Travolta após tragédia
A pequena cidade de Ocala, na região central da Flórida, está tão longe de Hollywood quanto possível. Talvez é por isso que o ator John Travolta mudou-se com a família para lá.
A praça da cidade tem um restaurante de fondue, a cena social gravita em torno de jantares em casa e cavalgadas são um dos principais passatempos. Estacionamentos de trailers, fazendas de amendoim e carvalhos cobertos de limo pontuam a paisagem. Existe pouco espaço para pretensão e ostentação.
Travolta e sua esposa Kelly Preston parecem se encaixar: eles apareceram na capa da edição da revista Ocala Style de janeiro, com grandes sorrisos, vestindo jeans e suéteres.
Agora, com a morte de Jett, seu filho de 16 anos, a cidade é o lugar onde eles escolheram para seu luto. Na noite de segunda-feira (5) – quatro dias depois que Jett foi encontrado inconsciente na casa de férias da família, nas Bahamas – Travolta e Preston voaram de volta para Ocala.
A cidade os recebeu em silêncio e respeitosamente. O prefeito Randy Ewers disse que a cidade enviou suas condolências à família Travolta e que os dará o espaço e privacidade necessários. “Eles são pessoas fantásticas, realmente preocupadas com a família”, disse Ewers. Nós queremos respeitar a privacidade deles tanto quanto possível.
Médicos nas Bahamas realizaram uma autópsia no corpo de Jett na segunda-feira (5), mas não divulgaram os resultados. Um dos funcionários da funerária que cuidou do corpo do garoto disse que na certidão de óbito constava “convulsão” (“seizure”, em inglês), como causa de morte. O adolescente tinha histórico de convulsões; seu corpo foi cremado na segunda-feira e levado aos EUA na mesma noite.
Um memorial para Jett será realizado na quinta-feira (8), para a família e amigos próximos em Ocala, disse um assistente de Travolta.
Aviões
O casal Travolta, que estão juntos desde 1991, comprou sua propriedade no valor de US$ 8 milhões em Ocala em 2003. A razão tinha nada a ver com as famosas fazendas de criação de cavalos da área: Travolta, um ávido piloto, estava procurando um lugar onde ele poderia voar com seus aviões (incluindo um Boeing 707), decolando da porta de casa.
A propriedade, localizada em uma subdivisão que apresenta a maior pista de decolagem privada residencial nos EUA, esteve na capa da revista Architectural Digest em 2004. O estilo foi inspirado por Morris Lapidus, o arquiteto responsável pelo Fontainebleau Hotel em Miami, pelo famoso arquiteto Frank Lloyd Wright e por Eero Saarinen, responsável pelo design do Aeroporto Inernacional Dulles, de Washington.
“Se eu puder olhar pela janela e ver os aviões, eu estou feliz”, disse Travolta em 2008. Seu filho mais velho, Jett, e a filha Ella, brincavam alegres pelo complexo. “Nós temos uma grande piscina e um campo de golfe. Somos uma família que gosta muito de brincar”, disse Preston à Architectural Digest.
E apesar da família viajar com frequência a trabalho, eles também passavam um vom tempo em Ocala, e mesmo na vila de Anthony, que fica perto da propriedade. “Eu adoro encontrar pessoas de verdade”, Travolta, 54, certa vez disse ao jornal local, o “Star Banner”. “Eu não gosto de viver em torres de marfim. Eu quero aproveitar a vida do mesmo jeito que todo mundo”.
“Ele apenas é, eu não sei, uma pessoa normal”, diz Barbara Pound, uma garçonete do Saddle Rock Cafe. Ela serviu a ele seu o café da manhã favorito – um omelete de US$ 6,49 – algumas vezes. “Ninguém o incomodava aqui. Nós deixávamos a família em paz”.
Travolta certa vez levou seu filho ao café e o garoto “não parava de sorrir”, diz o gerente Jackie Gomillion.
Outros já viram Travolta e a sua família passeando em seu clássico carro modelo Thunderbird ou fazendo compras no shopping center local. Duas vezes Travolta organizou eventos de caridade no cinema de Ocala, onde milhares de fãs apareceram.
Brent Johnson, residente de Ocala, certa vez viu Travolta na academia: “Eu pensei, não vou até lá incomodar, mas ele veio para mim e disse, ‘E aí, tudo bem?’”, conta. “Ele me perguntou sobre meus filhos e família. Acho que existe um senso de orgulho em Ocala, de que alguém como ele gosta de viver aqui”.
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